Locomoção - Carro

Que vontade de andar de carro pela Itália!!! Andei pesquisando a alternativa. O valor básico para a opção mais barata (geralmente um Fiat Panda) gira em torno de 50 euros. Sempre rolam umas promoções e se você ficar bastante tempo com o carro também consegue melhores preços. Ah, se preferir, também pode desembolsar 200 euros/dia e rodar com um Alfa Romeo!!!

Coloquei na ponta do lápis e, conclusão: no way! Ainda mais levando em conta a gasosa e os pedágios. Nossa viagem está pautada por algumas premissas, e uma delas é a economia. Se a opção lhe interessa, pesquisei na Hertz, Avis e Travelcar, entre outras.

Apesar de ser uma opção cara, queremos sentir o gostinho de andar pelas estradas italianas. Este desejo deve ser realizado nos dias 29/08 e 03/09. Ainda não vimos o aluguel do dia 03/09, mas já começamos a providenciar o do dia 29/08 porque será um aluguel feito no sábado, dia no qual as agências geralmente funcionam meio período - pelo menos nas cidades menores, como é o caso de Ferrara - e, portanto, é impossível reservar um carro para o dia todo pela internet.

A possível solução é a seguinte: "il mio amore" ligou para a Hertz e explicou que precisávamos do carro para sábado o dia inteiro. O atendente abriu um processo por um outro canal, solicitando esta condição especial: retirar o carro no sábado pela manhã e devolvê-lo no fim da tarde. Isso depende da aprovação de alguém, e só saberemos se deu certo ou não segunda-feira. Portanto, se quiser saber o final desta história volte no início da semana que vem para ver se conseguimos o carro!!!

P.S. 1: o garagista da Hertz de Ferrara deve estar amaldiçoando até a quarta geração da minha família! Eu também estaria se, por causa de um brasiliano maledetto, tivesse que trabalhar sábado até as 18:30!!!

P.S. 2: preciso de algum documento especial para dirigir na Itália? Segundo dois amigos que foram pra lá, a resposta é "NÃO". Um deles falou que dirigiu lá, foi parado duas vezes pelo guarda, mostrou a nossa CNH e o passaporte, e foi dispensado! Outra disse que o namorado foi pra lá e também dirigiu. Segundo esta amiga, nossa CNH é válida por 30 dias a contar da data de ingresso no país. Eu juro que tentei falar no Consulado Geral da Itália em São Paulo, mas não consegui. Foram 45 minutos de espera em 3 ligações!!! O call center deles deve ser o mesmo da Telefònica!!!

(Contagem regressiva III)

É, meus amigos! O tempo está passando... Devagar, mas passando...

São só mais 15 dias de espera!

(Contagem regressiva II)

Faltam apenas 20 dias!

(Comprinhas para a viagem)

Hoje nós fomos às compras! "Il mio amore" disse que precisava comprar roupas para a viagem pois lá será verão e ela não tem nenhuma roupa para esta estação. (???) Eu só queria saber o que ela fez com as roupas do verão passado!!!

Ainda bem que ela se contenta com as roupas baratinhas do Brás. Como eu também precisava comprar algumas coisinhas, deixei minha mãe e ela lá e fomos meu pai e eu para a Santa Ifigênia.

A nossa viagem está gerando uns gastos adicionais. Vejam o que já compramos:

- netbook (R$ 800);

- memória SD para o netbook (R$ 60);

- adaptador universal de tomadas (como se usa isso??? - R$ 40)

- mochilão (R$ 100);

- mochila (R$ 50);

- roupas para mim (R$ 150);

- roupas para "il mio amore" (R$ 200);

- guias e mapas (R$ 100);

TOTAL: R$ 1.500 (!!!)

Ok, usaremos tudo isso por um bom tempo após a viagem, mas confesso que me impressionei um pouco com os "gastos periféricos" feitos até aqui...

O seguro

O seguro-viagem é essencial! Essa é uma opinião pessoal e, no caso de viagens para a Europa, uma afirmação incontestável. Pelo menos é o que diz o site da Submarino Viagens. Como eu ia fazer o seguro de qualquer jeito, acabei nem pesquisando muito sobre a veracidade desta exigência, mas tomei o cuidado de fazer um seguro específico para viagens à Europa.

Pesquisei no Submarino Viagens, na Mondial e no Unibanco. A TAM também oferece um seguro quando você finaliza a compra de sua passagem pela internet. Todos eles cobram cerca de R$ 300/pessoa para uma cobertura de 29 dias. Achei um preço justo, dado que os serviços que estes seguros cobrem podem acabar com sua vida finaceira caso você precise pagar por eles. ;)

A viagem aérea

Paralelamente à elaboração do itinerário avaliamos as opções de voo para a Itália.

Usei um site chamado Orbitz, que compara preços de várias companhias aéreas. Tem também um chamado Skyscanner que, na minha opinião, é meio confuso. Além deles, você pode pesquisar no Submarino Viagens.

Queríamos um voo sem escala, e só encontrei duas companhias que fazem este tipo de voo: a TAM e a Alitalia, e ambas fazem voos diários para a Itália. A TAM só tem uma opção: ida e volta pelo aeroporto de Malpensa, em Milano. Já a Alitalia permite ida e volta por aeroportos diferentes. Entretanto, quando você entrar no site da Alitalia, vai ter a nítida sensação de que eles não querem vender passagens aéreas para você!!! Como já tínhamos praticamente fechado o itinerário Milano-Milano e o preço da TAM estava mais em conta, acabamos ficando com a companhia brazuca mesmo.

Dependendo do dia que você vai, a passagem é muito mais barata. Como tinha alguma flexibilidade, fiz algumas simulações no site da TAM alterando apenas a data de partida, e vi diferenças de até R$ 300 na passagem! Como somos um casal, salvamos R$ 600!!! Bom, né?

Outro ponto bacana: uma viagem deste naipe te dá muitos, muitos pontos nos programas de milhagens das companhias aéreas. No caso da TAM, poderemos pegar um voo doméstico para qualquer destino dependendo da data que formos. Não se esqueça de se cadastrar!!!

Uma última observação em relação à passagem é que, dependendo do cartão de crédito que você possui, pode ser que você tenha uma passagem aérea inteirinha acumulada em pontos. Não custa verificar!

O itinerário

Fazer um itinerário para a Itália não é fácil! Trata-se de um país tão rico em história e beleza que uma vida inteira talvez não baste para conhecê-lo de norte a sul. Por isso, não importa se pensa em ficar um dia, uma semana, um mês... o tempo sempre vai parecer pouco.

A princípio estávamos planejando 15 dias pela Europa indo com a CVC. Substituindo esta viagem pelo "mochilão", concluímos que a grana economizada seria suficiente para bancar mais 12 dias, o que totalizam 27 dias de viagem no período de 10 de agosto a 05 de setembro (partida no dia 09 de agosto e chegada no dia 06 de setembro).

Tivemos que levar em conta dois fatores limitantes que acabaram impedindo a elaboração de um itinerário ideal: no dia 16 de agosto queria estar em Siena para ver o mais que tradicional Palio di Siena; e queria passar por Fiesso Umbertiano pelo menos 5 dias antes de terminar a viagem. Isso impediu, por exemplo, que fizesse um roteiro de mão única, partindo de Milão e chegando em Roma, ou que otimizasse meu tempo em alguns momentos da viagem, principalmente na Toscana.

Depois de dezenas de tentativas fracassadas, creio que chegamos a um roteiro bacana, roteiro este que não teria saído tão de acordo com nossas pretensões se não fosse o pessoal do mochileiros.com. Existem verdadeiras pepitas de ouro escondidas no meio daqueles posts!!! :)

Olha só como ficou. O que está em negrito são as cidades nas quais iremos nos hospedar. A partir delas vamos visitar outros lugares de trem. O deslocamento entre elas também será de trem. Em dois dias, devemos alugar um carro.

Milano

10/08: Milano

11/08: Como

Cinque Terre

12/08: Cinque Terre

13/08: Cinque Terre

Siena

14/08: Pisa

15/08: San Gimignano

16/08: Siena

Firenze

17/08: Firenze

18/08: Firenze

19/08: Firenze

20/08: Lucca

Roma

21/08: Roma

22/08: Roma

23/08: Vaticano

24/08: Orvieto

25/08: Tivoli

Perugia

26/08: Perugia

27/08: Assisi / Spoleto

Ferrara

28/08: Ferrara

29/08: Fiesso Umbertiano (carro)

Veneza

30/08: Veneza

31/08: Veneza

01/09: Padova

Verona

02/09: Verona

03/09: Dolomiti (carro)

Milano

04/09: Peschiera del Garda

05/09: Milano

Serão 21 lugares, com a liberdade de mudar uma ou outra coisinha. Por exemplo, temos dúvida se vale a pena visitar Orvieto ou ficar mais um dia em Roma; se vale a pena ir ao Vaticano no meio da semana ou no fim de semana; se vamos pra Padova no dia 31/08 ou 01/09. Ou seja, pontos que não estão decididos e poderão ser melhor avaliados in loco, mas que não comprometem o itinerário principal.

(O outro guia chegou)

O The Rough Guide To Italy chegou! É uma pequena "bíblia" com folhas finas e muita, muita informação, todas em inglês.

Em comparação com o Guia Itália Key Guides, ele é muito mais rico em informação e mapas. Porém, o guia da Key Guides possui um conceito gráfico muito melhor: papel de qualidade superior, colorido, ricamente ilustrado e extremamente prático, contendo as informações essenciais facilmente "encontráveis" (e em português). No entanto, o visual do bichinho tem um preço: paguei R$ 60 nele, contra R$ 30 do outro.

Em suma, acho que os dois complementam-se perfeitamente. Tenho que detoná-los em menos de um mês. O mais leve vai na mala! :)

O passaporte

Tirar um passaporte é muito fácil!

Basta você acessar o site da Polícia Federal e procurar os links referentes ao requerimento de passaporte. Você vai preencher um cadastro meio chatinho e, ao fim do preenchimento, o site vai lhe gerar uma GRU (Guia de Recolhimento da União). Pague a Guia - pode ser pelo internet banking mesmo - e depois agende uma data para uma visita à unidade da Polícia Federal de sua preferência

Alguns amigos tiveram um pouco de dificuldade de encontrar dia livre na agenda. Parece que a Polícia Federal só disponibiliza agenda para o dia seguinte. Então, pode acontecer assim: você paga a GRU na segunda e não tem vaga disponível na terça. Aí você vai ter que entrar no site na terça para tentar agendar pra quarta, e assim sucessivamente. Você não vai conseguir, por exemplo, agendar um horário pra quarta na segunda! Neste caso, o jeito é ficar de olho no site o tempo todo para conseguir um horário. Uma outra dica, dada pelo rapaz que me atendeu na PF, é ir em alguma unidade mais tranquila. Ele me disse que a do Shopping Eldorado, em São Paulo, é uma das mais concorridas, enquanto a do Piqueri é mais sossegada.

Nós tivemos muita sorte: emitimos e pagamos (R$ 156,07) nossa GRU numa segunda, 08/06/2009 , e conseguimos agendar um horário na terça, eu no Eldorado e "il mio amore" no Piqueri. Na sexta recebi um e-mail confirmando que o meu passaporte estaria disponível dentro de 24 horas. Na terça da semana seguinte, dia 16/06/2009, já estava com o dito na mão! Super-eficiente, a PF está de parabéns!!!

Uma última dica: confirme e re-confirme os documentos necessários. No próprio site tem uma descrição bem detalhadinha do que precisa. Não me vá aparecer lá com um documento faltando, hein!?!?!? :)

Vamos ao trabalho!

Ok, viajar por conta própria é legal, é barato, é emocionante...mas dá trabalho!!! É óbvio, é um trabalho bem diferente daquele que você faz 8 horas por dia, 5 dias por semana. Mas uma viagem desta magnitude exige tempo e dedicação.

Vale lembrar que, quanto mais tempo você tiver para fazer isso, melhor. Mas só pra você ter uma noção, começamos a correr atrás das coisas dois meses antes da viagem. Partimos do zero e já está quase tudo decidido, faltando pouco menos de um mês para a viagem. Mas para isso foram necessários noites e finais-de-semanas inteiros pensando, planejando, decidindo, voltando atrás, decidindo de novo... E ainda assim, nem tudo saiu como nós desejávamos. Em uma das cidades na qual nos hospedaremos, por exemplo, já não havia albergues baratos com vagas disponíveis.

Aí vai uma pequena lista de coisas que resolvemos em cerca de um mês, em sua ordem cronológica. Esta lista serve também para quem vai viajar para qualquer lugar do planeta! :)

1. Passaporte: você não precisa de visto para ir pra Itália, só passaporte.

2. Itinerário básico: você precisa definir um itinerário básico (pelo menos por onde você chega e por onde você vai embora) e a quantidade exata de dias que vai ficar lá, para depois procurar companhias aéreas que te atendam.

3. Viagem aérea: com o itinerário básico nas mãos, pode começar a pesquisar quais as companhias aéreas oferecem um voo que se encaixe em suas necessidades bem como os preços praticados.

4. Seguro viagem: os países europeus exigem um seguro. Para isso, você precisa saber o dia que vai e o dia que volta.

5. Itinerário: se você ainda não elaborou um itinerário completo no passo 2, faça-o agora!!!

6. Locomoção: você precisa descobrir qual é a melhor forma de se deslocar entre as cidades do seu itinerário. Isso é importante principalmente para decidir os hotéis ou albergues nos quais vai ficar. Afinal de contas, não queremos andar quilômetros com uma mochila nas costas para chegar ao nosso local de hospedagem, certo?

7. Hospedagem: decidir o local no qual você vai ficar é resolver uma complexa equação com as seguintes variáveis: tipo de hospedagem, localização, qualidade e preço.

Um mapa é imprescindível! Ainda bem que existe o Google Maps e o Google Earth. Eu também comprei o The Rough Guide Italy Map, que você encontra em algumas lojas do Brasil e é bem legal!!!

Além disso, um guia ajuda bastante. Se você procurar, vai encontrar uma porção deles! Eu pesquisei bastante e comprei o Guia Itália Key Guides e o The Rough Guide To Italy. O primeiro eu recomendo fortemente. O segundo ainda não chegou! :)

Parte III - A decisão

A fase de pesquisa teve o início empolgante, o êxtase da escolha final e a decepção do pensamento racionalizado. Mas foi muito boa para definirmos o que de fato estávamos querendo com esta viagem.

Ora, certamente não queríamos gastar muito. Tampouco perder metade da nossa viagem na estrada. Somou-se a isso a obsessão renascida de conhecer a Itália e a conclusão óbvia de que uma vida não basta para conhecer este grande país.

Juntando todas estas pecinhas, chegamos à decisão final: vamos viajar, por nossa própria conta, apenas para a Itália.

Perfeito!!! Ganharíamos tempo, economizaríamos em hospedagens sem perder a certeza de que todo dia conheceríamos um lugar inesquecível! E pra melhorar: com a grana economizada, daria até pra dar uma esticadinha!!! Já pensou, 3 semanas na Itália??? U-hu!!!

Fechado!!!

Parte II - A pesquisa

Pois bem, já estava decidido e pronto a enfrentar uma viagem de 9 horas rumo à Europa. "Il mio amore" também já tinha topado. Porém, quando o assunto é gastar dinheiro, eu pesquiso. E pesquiso muito!!! Sou taxado de mão-de-vaca por isso, mas nem me incomodo, porque sei que isso não é verdade! Eu só dou muito valor pra grana que eu ralo pra ganhar e ralo pra guardar. Pois bem, começamos a pesquisar preço de viagens à Europa.

Primeira e mais óbvia tentativa: CVC. Eu e "il mio amore" viajamos o ano passado por esta agência. Não foi nenhuma experiência inesquecível, e achei até que o desempenho dos guias deixou bastante a desejar. Porém, existe a facilidade de você não ter que fazer reservas e se preocupar com deslocamentos.

Pelo que entendi, a CVC não opera na Europa, mas vendem pacotes de uma outra agência, a Europamundo. Os caras nos entregaram um livro com todos os trajetos disponíveis que deu água na boca!!! Achei bem legal o esquema desta Europamundo. Eles fazem umas viagens meio "modulares" e você pode montar sua viagem "encaixando" estes módulos. Você pode até encaixar uns dias para ficar livre e pegar o "bonde" da Europamundo dali a alguns dias. Os preços também me pareceram justos.

Estávamos quase decididos a encarar um pacote de 15 dias pela Europa, visitando Espanha, França e Itália. Mas quando começamos a avaliar os detalhes da viagem, surgiram alguns "poréns":

1. dos 15 dias de viagem, aproximadamente 6 dias seriam na estrada. Uma conta rápida nos diz que aproximadamente metade do tempo seria dentro de um ônibus. Achei muito tempo!!! Tudo bem que em todos os trajetos teriam paradas de aproximadamente 3 horas para conhecermos um ou dois locais turísticos, mas cá entre nós: é muito tempo de chão;

2. dos poucos dias que sobrariam pra "descansar", teria coisas do tipo "1 dia em Florença" "1 dia em Barcelona". Seria o tempo de dar um tchauzinho pela janela do ônibus;

3. os hotéis com os quais a agência opera são, no mínimo, 2 estrelas, sendo frequente 3 e 4 estrelas. Em outras palavras, muita grana por um banho, uma cama e um café da manhã;

Concluímos que os pacotes oferecidos pela CVC / Europamundo não atendiam as nossas expectativas: muito tempo de estrada, hotéis caros e as tradicionais "amarras" de uma excursão. Ainda assim, fica a dica para quem prefere o conforto de ter uma agência organizando toda a viagem.

Parte I - O convencimento

Pelos posts anteriores, já deu pra ver que, no fundo, no fundo, eu já estava quaaaaase convencido de fazer uma viagem, né? Mas ainda faltava aquele empurrãozinho final, aquele fato definitivo que não deixasse nehuma dúvida de que tinha chegado a hora.

A grande personagem na etapa de convencimento foi um cara chamado Bruno. Foi ele que me fez entender que as coisas não são tão complicadas como a minha fértil cabeça achava que fossem. O Bruno está empolgadíssimo com a idéia de viajar pela Europa em 2010. Ali pelo mês de abril deste ano ele começou a me contar todo o planejamento de sua viagem: passagens aéreas, roteiros, reservas de hotéis, documentos necessários.... Foi impossível não me empolgar também!!!

E foi no decorrer destas nossas conversas que eu fiz a descoberta do século: viajar pra Europa não é tão complicado quanto eu achava que fosse!!! Afinal de contas, hoje em dia tudo se resolve pela internet e, em caso de dúvidas, podemos contar com o oráculo.

Pra mim, a idéia da viagem era como aquela comida que não caiu muito bem: ia e voltava o tempo todo. Mas foi graças ao Bruno que ela veio e não foi mais embora.

O processo decisório

Vou dividir o processo decisório em três partes para não alongar demais os posts.

Parte I - O convencimento

Parte II - A pesquisa

Parte III - A decisão

(Contagem regressiva I)

Falta apenas um mês.

Antes de tudo

Na presente data muitas providências já foram tomadas para a viagem. Vou voltar no tempo e escrever isso. Mas não sem antes relatar algumas coisas anteriores a isso. Elementos que, de alguma forma, fizeram nascer em mim o desejo de conhecer "la nostra Italia" ou que foram fundamentais para a decisão final: EU VOU PARA A ITÁLIA!!!

1. Fascinação pela história: sempre gostei de velharias. Um dos meus sonhos não realizados é ter um baú, daqueles antigões, de madeira de lei e dobradiças e fechadura de ferro. Ele vai servir para guardar documentos que contam a história da minha família, como fotos velhas, documentos amarelados e cartas com segredos familiares. Além disso, tenho grande admiração pelos meus antepassados - e pelos "oriundi" de modo geral - que atravessaram o Atlântico em busca de uma vida melhor, comeram o pão que o diabo amassou, e ainda assim venceram na vida. Pra mim, ir pra Itália é como reviver esta aventura.

2. Cidadania italiana: Durante um período da minha vida essa foi a minha grande obsessão. Junto com meu pai, levantamos uma série de documentos e descobrimos uma porção de coisas bacanas. Deixei tudo registrado num programa sensacional desenvolvido pelos mórmons, o Personal Ancestral File (www.familysearch.org). Pode baixar que é grátis!!! Infelizmente não conseguimos o documento mais importante, que é a certidão de nascimento (ou casamento) do meu tataravô. Não conseguimos, mas também não desistimos. A viagem à Itália contempla, entre outras coisas, a busca por um documento que prove por A mais B que sou descendente de um italiano nato.

3. Inconsciente: apesar de alguns obstáculos que às vezes me deixavam apático diante da vontade de viajar, algo me empurrava pra frente. Tinha uma vozinha que falava: "Vai se preparando, uma hora você vai pra lá!!!". Talvez tenha sido por causa dela que estudei durante três anos a língua italiana; e também que tenha encontrado um médico que, com vitamina C e um remédio pra verme, acabou com aquele que era o maior obstáculo à minha viagem. Este "Amico" vai ser difícil de esquecer!!!

4. Obstáculos: falando em obstáculos, foram alguns:

Grana. Isso não é tão difícil de resolver quando se tem 7 anos para juntar dinheiro e um objetivo bem claro e definido.

Medo de avião. Sou do tipo que acha que, se Deus quisesse que eu voasse, ele teria me dado asas. Mas ano passado fizemos nossa primeira viagem de avião, um voo curto de apenas uma hora, e percebi que o medo que eu sentia só de pensar em viajar não era nem metade daquele que eu realmente senti quando de fato voei. Porém, descobri também que certas coisas incríveis só podem ser vistas e vividas depois de uma viagem de avião. Avaliei, portanto, que 9 horas de voo é um preço baixo a se pagar pela realização de um sonho de vida.

Medo do desconhecido. Sempre acreditei que uma viagem internacional não fosse pro meu bico. Afinal, como ia virar num lugar tão longe, como ia reservar hotéis e falar com pessoas que não falam português??? É incrível como, de repente, aparece uma pessoa na sua vida que te faz ver que as coisas são muito, mas muito mais simples do que parecem ser.

Bom, chega de conversa mole. A partir de agora vou falar sobre as coisas que já fizemos para que essa viagem saia de uma vez por todas!!!

Apresentação

Se você chegou neste blog, eu desejo sinceramente que, assim como eu, esteja planejando uma viagem à Itália. A minha já tem uma data: 09 de agosto de 2009.

Não há outra definição: esta será a viagem da minha vida. É a realização de um sonho que gira na minha cabeça há 7 anos. Já foi uma viagem a estudo, uma viagem a trabalho, uma viagem definitiva... E deve realizar-se da forma mais óbvia e cara: uma viagem turística.

Ao meu lado vai "il mio amore", a minha esposa. Ela que, em 90% das vezes, me acompanha nas minhas loucuras. Este nunca foi seu sonho, mas ainda assim ela está bem empolgada. Pudera, quem não estaria???

Não sou grande amante da forma escrita de comunicação. Não sou bom nisso! Porém, já que resolvi escrever, espero que este blog cumpra alguns objetivos:

1. documentar a concretização do meu sonho;

2. servir como ferramenta de comunicação com as nossas famílias. Assim eles podem "viajar" um pouquinho com a gente também;

3. servir como um guia para quem vai se aventurar pela Itália.

Em outras palavras, se este blog ajudar uma única pessoa em sua viagem, ou fizer com que nossos entes queridos matem suas saudades de nós, ou ainda, me fizer rir ou chorar quando relê-lo daqui 10, 20 ou 30 anos, valeu a pena tê-lo escrito.